quarta-feira, 17 de abril de 2013

BRAUN, Herbet. Honra, amnésia, maldade e reconciliação na Colômbia


BRAUN, Herbet. Honra, amnésia, maldade e reconciliação na Colômbia. In. AGGIO, Alberto ; LAHUERTA, Milton (Orgs.). Pensar o século XX: problemas políticos e história nacional na América Latina. São Paulo: Ed. Unesp, 2003. p. 259-290


Em 1999 iniciou-se uma tentativa de reconciliação do governo da Colômbia com os movimentos guerrilheiros. O principal deles é as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) liderada por Tirifijo, embora seu discurso e ideias sejam pouco conhecidos sua ação são bem evidentes. Sua atuação começou na década de 1940 em apoio ao minoritário partido Conservador que ganhou as eleições, iniciou-se aí um período chamado de la vilência no qual os vitoriosos mobilizavam setores rurais que atacavam as cidades. Por outro lado, os liberais, que foram vencidos, reagiram dividindo o país. Até que em 1953, o poder foi entregue a uma junta militar começando conversações para diminuir a discórdia e a luta nas cidades, no entanto, o campo continuava violento por motivos não só políticos, mas também por crimes comuns. Em 1958 acordou-se que a presidência seria alternada entre os dois partidos, entretanto, o campo permaneceu marginalizado. Os movimentos guerrilheiros campesinos se aliaram as ideologias comunistas, próprias da Guerra Fria, e praticavam o banditismo como parte da causa política.  Em 1968 o governo permitiu que as pessoas de armassem em defesa própria ou de sua propriedade o que fez com que organizassem grupos armados o que deu origem a grupos de justiça privada sendo os mais poderosos as Autodefensas Unidas da Colômbia (AUC).  A violência no campo colombiano tem sido uma combinação entre violência pública e privada.  Os conflitos colombianos não são propriamente uma guerra e sim disputa entre guerrilheiros, autodefensas polícia, exercito e narcotraficantes.  Como a resolução militar dos conflitos não gerariam legitimidade a parte vencedora o presidente Pastrana e Tirofijo buscaram negociações.  Com isso o presidente entregou parte do território às FARC. Por outro lado, o presidente Pastrana buscou apoio dos Estados Unidos ao problema o que fez ressurgir a crise devido a fatores históricos. O governo de Pastrana teve problemas: acusação de corrupção, baixa popularidade e a crise econômica. O conflito chegava às cidades e o exercito era pouco eficiente. Não se sabe como reverter essa situação. Embora haja vontade de diálogo não se tem conseguido levar calma ao campo. Há vinte anos tenta-se o diálogo entre políticos e guerrilheiros, entretanto, a diferenças culturais e índole pessoal são nítidos. A necessidade de fortalecer as instituições civis e governamentais para que essas tenham legitimidade e poder.  A guerrilha não necessita de conversações embora isso possa lhes trazer tratamento digno. Mais da metade da população considera que a intervenção norte-americana é o único caminho para o fim dos conflitos. O mais difícil desse processo é o acerto de contas com o passado.

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