INESC. Plano Colômbia: perspectivas do parlamento
brasileiro. Brasília, 2002. (p. 7-23 e 41-49)
Apresentação (p. 7-8)
O livro
apresenta a opinião de parlamentares brasileiros levantada pelo Instituto de Estudos
Socioecômicos (INESC) sobre o Plano Colômbia que pode se tornar uma ameaça ao
continente. Com isso o Brasil aumenta seus gastos de defesa e o debate sobre a
região amazônica. A pesquisa também aborda as questões indígenas e a atuação
das Organizações não-governamentais (ONGs).
O estudo analisa o Plano Colômbia e a operação norte-americana em
relação à Amazônia e o Brasil.
O Plano
Colômbia: estratégia para paz através da guerra? (p. 11-23)
Os Estados Unidos da América (EUA) veem os
guerrilheiros colombinos como ameaça. O
narcotráfico tem sido combatido com enfoque repressivo pelos EUA.
O presidente
Colombiano Andres Pastrana criou o “Plano Colômbia” para erradicar as drogas e
violência do País. Inicialmente buscava negociação as FARC (Fuerzas Armadas
Revolucionárias de Colômbia) e ELN (Ejército de Libertacion Nacional)
com o desenvolvimento de projetos alternativos.
A população também seria chamada a negociação e não havia aumento de
gastos militares.
Os EUA apoiaram
a Colômbia com a condição do componente militar antidroga. A ajuda americana é
apenas na parte do Plano Colômbia que recebe a maior parte dos recursos da
privatização de empresas do governo, empréstimos, crescimento econômico e “bônus
para a paz”. A Colômbia também buscou apoio na União Europeia sem muito
sucesso.
O termo “Plano
Colômbia” passou a designar os recursos financeiros dos EUA à repressão das
drogas. Os recursos foram implementados em: operações militares antidrogas no
sul da Colômbia; operações de interdição ao tráfico de drogas; ajuda a Polícia
Nacional Colombiana; apoio à promoção de direitos humanos e à reforma do
sistema jurisdicional colombiano; apoio a o desenvolvimento econômico
alternativo; e apoio ao processo de paz e à região andina.
Os programas
repressivos recebem mais recursos que os de cunho social e econômico. O que leva a crer que o Plano traz efeitos
negativos a paz e ao desenvolvimento da região.
Acredita-se o
Plano Colômbia pode intensificar a Guerra Civil uma vez que a ênfase em
operações militares enfraquece a paz. Os guerrilheiros cobram impostos dos
cartéis de droga e não querem ficar sem essa renda. O exercito da Colômbia não
tem tido vitórias contra a guerrilha.
As AUC (Autodefensas
Unidas de Colômbia) são grupos paramilitar que querem eliminar as FARC e
controlar as plantações de coca.
Acredita-se que há ligações desses grupos com o exercito
colombiano. O uso de força militar
contribui para intensificação da guerra civil.
A utilização da
fumigação contra as plantações de coca traz efeitos danosos ao ecossistema
amazônico. Além disso, as populações são prejudicadas e se mudam para novas
regiões da amazônica. Não há alternativa econômica rentável a população por que
outras culturas não são tão lucrativas quanto.
Os problemas
relativos podem afetar os países fronteiriços à Colômbia, aumento do número de
refugiados e a transferência de laboratórios.
O ecossistema amazônico será afetado. Os vizinhos criticam os aspectos
repressivos ao invés de investir em aspectos sociais.
O Brasil embora
não participe do Plano Colômbia reforça sua fronteira investe em vigilância e
envida esforços diplomáticos.
O quê o
congresso nacional pensa sobre o Plano Colômbia (p. 41-49)
A pesquisa
aborda: 1) a prioridade da questão Amazônica no mandato parlamentar; 2) o
significado do Plano Colômbia; 3) ameaça à soberania brasileira. Os parlamentares, do governo e da oposição,
preocupam-se com os problemas da Amazônia devido à importância das questões
ambientais. Entretanto, os projetos de
lei sobre biodiversidade estão parados.
Em relação ao
Plano Colômbia a oposição considera como intervenção enquanto o governo
considera como combate às drogas, como esse impasse o assunto não foi muito
debatido no legislativo federal. Muitos parlamentares creem que há intenções
secretas dos EUA com objetivos geopolíticos de ocupação da Amazônia dentro da ideia
de teoria conspiratória. A maioria acredita que há uma aliança entre as classes
dominantes Colombianas os militares dos EUA. Governo e oposição consideram que
o conflito pode futuramente ameaçar o Brasil. O Plano Colômbia é visto como
conflito de Baixa intensidade. A soberania é vista em sentido amplo. Em relação
aos indígenas, apesar de se considerar sofrerão impactos com os desdobramentos
do Plano, muitos a avaliam que não estão ameaçados. Nessa mesma perspectiva é avaliada a ameaça à
biodiversidade, embora reconheça a ameaça, não veem há risco as lavouras da
região.
A grande
maioria dos parlamentares considera que se deve oferecer ajuda operacional e
técnica. Há consenso em aumentar as
tropas na fronteira. Ouve aumento do
orçamento militar para implementação do SIVAM (Sistema de Vigilância da
Amazônia).
A discussão
sobre o Plano Colômbia é incipiente no Congresso Nacional. Para os congressistas o Plano Colômbia e
sustenta na aliança entre classe dominante da Colômbia, militares dos EUA e indústria
armamentista. Avalia que o Plano não se trata de uma ameaça ao Brasil, embora
não saibam quais serão os sem efeito para a sociedade brasileira.
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