MENDEL, William W. A ameaça colombiana à segurança regional.
Military Review, Fort Leavenworth , Kansas ,
US ., v. 81, n. 4, p. 2-17,
4. trim. 2001.
Resumo:
Os conflitos na região andina são
antigos e estão se agravando com o aumento do poder da narcoguerrilha. O que preocupa os paises vizinhos, tanto
devido o aumento do poder dos traficantes, quanto intervenção norte-americana
no seu combate.
Na Colômbia,
no contexto da guerra fria, surgiram os grupos Ejército de Libertación Nacional (ELN) apoiado por Cuba e as Fuerzas Armadas Revolucionárias de Colômbia
(FARC) apoiadas pela União Soviética. Como o fim da guerra fria, esses grupos
se transformaram em grupos criminosos aliados ao narcotráfico, ao contrabando
de armas e outros crimes.
Os Estados
Unidos tem interesse de erradicar as drogas ilícitas e favorecer a democracia,
para isso fornecem apoio técnico e financeiro a Colômbia. Essa ajuda apóia uma estratégia mais ampla na
qual o Presidente Andrés Pastrane buscava verbas para a segurança denominado
“Plano Colômbia”. Entretanto, o termo passou a ser usado como referência à
ajuda dos Estados Unidos. O Presidente
Clinton via que os paises fronteiriços à Colômbia como parte do processo e
também forneceu apoio financeiro a esses paises.
Com o fim da
Guerra Fria e do apoio comunista muitos guerrilheiros se aliaram ao
narcotráfico como fonte de renda.
Durante a guerra fria também surgiram paramilitares que defendem o povo
e a propriedade. Esses grupos se uniram
e formaram a Autodefensas Unidas de
Colômbia (AUC) que pressionava o povo a não dar apoio a guerrilha
comunista. O resultado dos conflitos
entre as guerrilhas foi milhares de mortos na década de 90. Como conseqüência de muitas baixas no
Exercito o presidente concedeu as FARC uma área conhecida como despeje na qual não há presença
governamental e as FARC são soberanas.
Nessa região se produz a maior parte da cocaína consumida no mundo. As FARC, financiadas pelo comercio de drogas,
são o centro de gravidade da guerra na Colômbia. Tem se procurado atacar a AUC,
rival das FARC, e não a área do despeje.
O Plano
Colômbia não é bem aceito pelos outros paises sul-americanos por considerá-lo
uma ameaça a sua própria segurança. A
tendência é que o Plano não receba apoio financeiro o suficiente para ter
êxito.
O impacto da
Colômbia sobre seus vizinhos
Os conflitos
da Colômbia geram um grande número de refugiados em paises vizinhos e há a
preocupação de que o Plano Colômbia venha a aumentar esse número. Cada país
lida com o problema de uma forma Brasil e Peru usam método direto e tem bons
resultados, Equador e Panamá hesitam e a ação da Venezuela é de difícil
avaliação.
Venezuela
A fronteira da
Venezuela com a Colômbia é dominada pelas FARC e ELN. Os paramilitares atacam não só a guerrilha
como os civis o que rega um grande número de refugiados Venezuela. Nada
consegue deter as FARC e ELN que seqüestram fazendeiros de ambos os lados da
fronteira. Muito da produção de coca da despeje passa pela Venezuela que serve
de passagem para armas e outros contrabandos.
Brasil
O Brasil
também tem problemas fronteiriços com a Colômbia. As ameaças são o contrabando, ataques ao meio
ambiente e à economia, insurgentes colombianos e atividades do tráfico de
drogas. Os problemas na região da
“Cabeça do Cachorro” levam o Exército Brasileiro a reforçar sua presença na
área. O Brasil é usado como rota da
droga para os Estados Unidos e Europa e é fornecedor de produtos químicos para
produção de coca.
A “Operação
Cobra” foi criada pelo Brasil para combater o comércio de drogas na fronteira.
Paralelo a presença militar foi desenvolvido o Sistema de Vigilância da
Amazônia (SIVAM) que monitora a área por satélite. O SIVAM atua na segurança
pelo monitoramento do tráfico de droga, contrabando de minério e madeira, faixa
de fronteira, fogo florestal. O Plano Colômbia é considerado fator no aumento
dos problemas fronteiriços do Brasil.
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