domingo, 24 de março de 2013

A ameaça colombiana à segurança regional


MENDEL, William W. A ameaça colombiana à segurança regional. Military Review, Fort Leavenworth, Kansas, US., v. 81, n. 4, p. 2-17, 4. trim. 2001.

Resumo:

Os conflitos na região andina são antigos e estão se agravando com o aumento do poder da narcoguerrilha.  O que preocupa os paises vizinhos, tanto devido o aumento do poder dos traficantes, quanto intervenção norte-americana no seu combate.
Na Colômbia, no contexto da guerra fria, surgiram os grupos Ejército de Libertación Nacional (ELN) apoiado por Cuba e as Fuerzas Armadas Revolucionárias de Colômbia (FARC) apoiadas pela União Soviética. Como o fim da guerra fria, esses grupos se transformaram em grupos criminosos aliados ao narcotráfico, ao contrabando de armas e outros crimes.
Os Estados Unidos tem interesse de erradicar as drogas ilícitas e favorecer a democracia, para isso fornecem apoio técnico e financeiro a Colômbia.  Essa ajuda apóia uma estratégia mais ampla na qual o Presidente Andrés Pastrane buscava verbas para a segurança denominado “Plano Colômbia”. Entretanto, o termo passou a ser usado como referência à ajuda dos Estados Unidos.  O Presidente Clinton via que os paises fronteiriços à Colômbia como parte do processo e também forneceu apoio financeiro a esses paises.
Com o fim da Guerra Fria e do apoio comunista muitos guerrilheiros se aliaram ao narcotráfico como fonte de renda.  Durante a guerra fria também surgiram paramilitares que defendem o povo e a propriedade.  Esses grupos se uniram e formaram a Autodefensas Unidas de Colômbia (AUC) que pressionava o povo a não dar apoio a guerrilha comunista.  O resultado dos conflitos entre as guerrilhas foi milhares de mortos na década de 90.  Como conseqüência de muitas baixas no Exercito o presidente concedeu as FARC uma área conhecida como despeje na qual não há presença governamental e as FARC são soberanas.  Nessa região se produz a maior parte da cocaína consumida no mundo.  As FARC, financiadas pelo comercio de drogas, são o centro de gravidade da guerra na Colômbia. Tem se procurado atacar a AUC, rival das FARC, e não a área do despeje.
O Plano Colômbia não é bem aceito pelos outros paises sul-americanos por considerá-lo uma ameaça a sua própria segurança.  A tendência é que o Plano não receba apoio financeiro o suficiente para ter êxito.
O impacto da Colômbia sobre seus vizinhos
Os conflitos da Colômbia geram um grande número de refugiados em paises vizinhos e há a preocupação de que o Plano Colômbia venha a aumentar esse número. Cada país lida com o problema de uma forma Brasil e Peru usam método direto e tem bons resultados, Equador e Panamá hesitam e a ação da Venezuela é de difícil avaliação.
Venezuela
A fronteira da Venezuela com a Colômbia é dominada pelas FARC e ELN.  Os paramilitares atacam não só a guerrilha como os civis o que rega um grande número de refugiados Venezuela. Nada consegue deter as FARC e ELN que seqüestram fazendeiros de ambos os lados da fronteira.  Muito da produção de coca da despeje passa pela Venezuela que serve de passagem para armas e outros contrabandos.
Brasil
O Brasil também tem problemas fronteiriços com a Colômbia.  As ameaças são o contrabando, ataques ao meio ambiente e à economia, insurgentes colombianos e atividades do tráfico de drogas.  Os problemas na região da “Cabeça do Cachorro” levam o Exército Brasileiro a reforçar sua presença na área.  O Brasil é usado como rota da droga para os Estados Unidos e Europa e é fornecedor de produtos químicos para produção de coca.
A “Operação Cobra” foi criada pelo Brasil para combater o comércio de drogas na fronteira. Paralelo a presença militar foi desenvolvido o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM) que monitora a área por satélite. O SIVAM atua na segurança pelo monitoramento do tráfico de droga, contrabando de minério e madeira, faixa de fronteira, fogo florestal. O Plano Colômbia é considerado fator no aumento dos problemas fronteiriços do Brasil.

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